Na tarde desta quinta-feira, 11 de maio, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, presidiu missa na memória dos 10 anos da canonização de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão.
Ao lado da clausura das irmãs concepcionistas e diante do altar onde Frei Galvão celebrava diariamente, Dom Odilo refletiu sobre a graça da beatificação de um santo.
O Cardeal explicou que receber a glorificação de um santo é como colher um fruto maduro, pois é muito esperado e ao mesmo tempo desejado. Segundo ele, os santos são os belos frutos da vida da Igreja, mesmo que não proclamados.
“Quando a Igreja proclama um santo e conhece a santidade de vida de alguém, isso não vem de Roma, vem daqui, o santo tem o reconhecimento da Igreja aqui, ou dos lugares de onde ele viveu e trabalhou. É o povo, a Igreja do lugar, que o tendo conhecido diz, ’este é um santo, este merece ser proclamado santo’. Muitas vezes, nós dizemos isso logo porque fez muitos milagres. Milagre é uma graça toda especial, mas mesmo quando o santo não fez milagres, mas viveu a vida santa, conforme Deus, conforme os mandamentos de Deus, conforme a dignidade do ser cristão, da vocação cristã, isso é santidade”, comentou o Cardeal.
Dom Odilo falou também as características de Frei Galvão e recordou a santidade e a trajetória do frade do Convento de São Francisco. O Cardeal destacou a dedicação e generosidade do santo perante as pessoas, os doentes, as celebrações e confissões, e também aos necessitados de caridade, relembrando que antigamente onde hoje é o mosteiro das irmãs concepcionistas era um recolhimento de senhoras, nascido de um projeto de caridade criado pelo próprio frei.
“Vamos pedir a Santo Antônio de Sant’Anna Galvão que interceda junto de Deus, por nós, pelo Brasil, para que nós possamos com sua intercessão, também com seu exemplo, progredir no caminho da santidade e assim também, ajudar a Igreja e nossa cidade de São Paulo como ele fez no tempo dele”
No final da celebração, Dom Odilo recordou a admiração do Santo pela Imaculada Conceição de Maria. O Cardeal também lembrou os fiéis sobre a ida do Papa Francisco a Portugal, nos próximos dias 12 e 13 de maio, pelas comemorações dos 100 anos das aparições de Nossa Senhora em Fátima.
Caridade sem limites
No dia 11 de maio de 2007, no Campo de Marte, em São Paulo, o Papa Bento XVI canonizou o Frei Antônio de Sant’Anna Galvão (1739-1822), popularmente conhecido como Frei Galvão.
Notável conselheiro, cuidador dos pobres e dos enfermos, harmonizador das famílias e servidor do povo, era assim que ele era conhecido, um homem caridoso a serviço dos mais necessitados, principalmente pelos seus pequenos pedaços de papeis, que enrolava em formato de pílulas e entregava aos doentes para ingerir, como uma espécie de remédio.
O primeiro santo brasileiro possuía inúmeras qualidades, que foram recordadas pelo Papa Bento XVI ao canonizá-lo: “Que nos pede o Senhor? Amai-vos uns aos outros como eu vos amo. Mas logo a seguir acrescenta: que deis fruto e o vosso fruto permaneça. E que fruto nos pede Ele senão que saibamos amar, inspirando-nos no exemplo do Santo de Guaratinguetá? A fama da sua imensa caridade não tinha limites. Pessoas de toda a geografia nacional iam ver Frei Galvão que a todos acolhia paternalmente. Eram pobres, doentes no corpo e no espírito que lhe imploravam ajuda”.