O Desembargador Antônio Carlos Malheiros, integrante da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, foi um dos primeiros a chegar à Catedral da Sé para o funeral do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, que morreu nesta quarta-feira, 14, aos 95 anos de idade.
Amigo de Dom Paulo desde a década de 1970, Malheiros recordou a postura do Cardeal Arns durante o período da Ditadura Militar.
“Ele era proteção para aqueles que eram perseguidos pela ditadura. Dom Paulo era realmente aquele que acolhia, protegia e que nos chamava. Chamava, em primeiro lugar, os membros da justiça e paz para ajudar nessa proteção. Ele nunca se afastava, nunca era omisso, ele sempre presente na nossa frente, no nosso lado, nos orientando e impulsionando na luta dos direitos humanos”.
Malheiros também disse que hoje se sente “um pouco órfão. Ele era um parceiro, um paizão, então a gente se sente um pouco órfão pela partida dele”, um “extraordinário homem, que marcou o século XX no Brasil e no mundo e também o século XXI”.
Para o desembargador, a memória de Dom Paulo deve ser sempre preservada e inspirar ações. “Que a gente procure recuperar sempre as coisas que ele disse, as coisas que fez, aprender essas lições e efetivamente fazer as coisas que ele gostaria que a gente continuasse fazendo ou até mesmo fazê-las pela primeira vez”.
(Edição: Daniel Gomes/Apuração: Larissa Freitas)