Na Basílica de Sant’Ana, milhares de fiéis festejam a padroeira

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Arcebispo de São Paulo presidiu uma das seis missas celebradas durante a festa em honra dos avós de Jesus
Publicado em: 26/07/2023 - 22:15
Créditos: Redação

Cerca de 40 mil pessoas passaram pela Basílica de Sant’Ana, na zona norte de São Paulo, nesta quarta-feira, 26, por ocasião da festa da padroeira, na memória litúrgica da mãe da Virgem Maria e de seu pai, São Joaquim.

Ao longo do dia, foram celebradas seis missas, sempre lotadas, entre as quais, a presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, às 15h. Além do Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiram missas Dom Edimilson Amador Caetano, Bispo Diocesano Guarulhos (SP); Dom Luiz Antônio Guedes, Bispo Emérito de Campo Limpo (SP); Dom Cícero Alves de França, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Episcopal Belém; e Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Episcopal Santana.

Herança de fé

Na homilia, Dom Odilo, Dom Odilo sublinhou que São Joaquim e Sant’Ana foram exemplos de um casal de profunda fé, que deixaram como herança a Mãe do Senhor e salvador da humanidade.

O Arcebispo chamou a atenção para as leituras da liturgia dessa festa, que abordam a relação entre as gerações mais jovens e seus antepassados. No Evangelho, Jesus se refere aos patriarcas do passado, que desejaram ver realizada a promessa do salvador prometido por Deus.

Nesse sentido, o Cardeal exortou os pais a avós a não deixarem de transmitir aos filhos e netos os valores da fé cristã, as convicções morais sobre a dignidade humana. “O cremos e professamos com a Igreja é a fé doa apóstolos, dos santos, dos mártires, daqueles que nos precederam na fé, que viveram a Igreja Católica antes de nós”, salientou.

Sabedoria e experiência

Dirigindo-se aos avós de demais pessoas idosas, Dom Odilo manifestou o quando são preciosos e importantes, pois trazem consigo “um capital de experiência e sabedoria humanas”. “Não levem isso para o túmulo, deixem isso como herança, com exemplo, testemunho, atitudes. As pessoas idosas que rezam com serenidade, com fé, ajudam a edificar as gerações mais novas”, observou.

Recordando a mensagem do Papa Francisco para o 3º Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, comemorado no último domingo, 23, Dom Odilo enfatizou que o Santo Padre convidou os jovens a olharem para seus avós, valorizem sua sabedoria e, ao mesmo tempo, cuidem deles na fragilidade e respeitem sua dignidade.

No final da missa, Dom Odilo concedeu a benção com a indulgência plenária por ocasião da festa da padroeira a todos os fiéis que peregrinaram à Basílica e cumpriram as práticas previstas pela Igreja (o propósito de se confessar, a comunhão e a oração pelas intenções do Papa).  Após a última missa, houve procissão com a imagem da padroeira pelas ruas do bairro.

Festa

Os festejos da padroeira na Basílica de Sant’Ana começaram no dia 1º e seguem até o dia 30, com a tradicional quermesse. Esta é a primeira festa realizada sem as restrições da pandemia. No entanto, no ano passado, já houve as comemorações com a presença dos fiéis, seguindo os protocolos sanitários. Em 2020, as celebrações tiveram um público restrito e não foi realizada a quermesse.

Segundo o Padre José Roberto Abreu de Mattos, Pároco e Reitor, desde o início do mês, uma média de 30 mil pessoas passaram pela Basílica em cada fim de semana.

Ressaltando que esta é a “casa da vó”, o Sacerdote chamou a atenção para a numerosa presença de idosos nas seis celebrações do dia, muitos deles, felizes por poderem retornar à Basílica. “Não só no mês de julho, mas nos outros meses, o número de idosos que passam por aqui é muito grande”, observou.

Paróquia

A origem da Paróquia de Sant’Ana se confunde com a da cidade de São Paulo no século XVI, quando uma grande porção de terra do outro lado da margem do Rio Tietê foi confiada aos missionários da Companhia de Jesus (Jesuítas), ao norte da Vila de São Paulo de Piratininga.

Anexa à sede da fazenda, havia uma igreja dedicada a Sant’Ana. Ali, os colonos se reuniam para rezar e, assim, foi se difundindo a devoção à mãe da Virgem Maria. Em cartas enviadas aos portugueses em 1560, São José de Anchieta, fundador da cidade de São Paulo, chega a mencionar a fazenda.

Em 12 de julho 1895, Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, então bispo diocesano de São Paulo, erigiu a Paróquia de Sant’Ana. A sede provisória da nova paróquia passou a ser a Capela Santa Cruz, do Colégio Santana.

Basílica

Construída entre 1896 e 1936, a matriz paroquial de Sant’Ana é um dos símbolos do bairro que recebeu o mesmo nome.

No dia 5 de maio de 2020, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos atendeu o pedido do Cardeal Scherer para conceder à Igreja de Sant’Ana o título de basílica menor. O ato que oficializou a elevação do templo à nova dignidade aconteceu no dia 26 de julho do mesmo ano.

Conforme o decreto Domus Ecclesiae (Casa da Igreja), da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, entre as Igrejas de uma diocese, em primeiro lugar e com maior dignidade, está a catedral, “na qual é colocada a cátedra, sinal do magistério e do poder do Bispo, pastor da sua diocese, e sinal da comunhão com a cátedra romana de Pedro”. Seguem-se depois as igrejas paroquiais, que são sede das várias comunidades da diocese. “Entre estas igrejas e outras que são chamadas por outros nomes, existem algumas dotadas de uma especial importância para a vida litúrgica e pastoral, que podem receber do Sumo Pontífice o título de ‘Basílica Menor’”, explica o documento.