Papa abre Porta Santa do Jubileu da Misericórdia

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Francisco deu início ao Ano Santo Extraordinário em celebração que contou a presença do Papa Emérito Bento XVI
Publicado em: 08/12/2015 - 08:45
Créditos: Redação com Rádio Vaticano

“Atravessar hoje a Porta Santa nos compromete a adotar a misericórdia do bom samaritano”. Este é o espírito com o qual se deve viver o Jubileu Extraordinário, conforme disse o Papa Francisco na missa da Solenidade da Imaculada Conceição, manhã desta terça-feira, 8, na Praça São Pedro, na qual abriu a Porta Santa da Basílica Vaticana, dando início ao Ano Santo da Misericórdia.

Com a cidade de Roma blindada e um forte aparato de segurança, com três mil agentes nas ruas da capital, o afluxo de peregrinos começou na madrugada nos arredores da Praça, que foi aberta às 6h30. Os controles policiais, com a passagem pelo detector de metais, tardaram o ingresso dos fiéis.  Cerca de 50 mil pessoas participaram da celebração.

Na homilia que antecedeu a abertura da Porta Santa, o Pontífice recordou o mesmo gesto realizado em Bangui (República Centro-Africana) e ressaltou a primazia da graça: “A festa da Imaculada Conceição exprime a grandeza do amor divino. Deus não é apenas Aquele que perdoa o pecado, mas, em Maria, chega até a evitar a culpa original, que todo o homem traz consigo ao entrar neste mundo. É o amor de Deus que evita, antecipa e salva”.

A própria história do pecado só é compreensível à luz do amor que perdoa, explicou o Papa. “Se tudo permanecesse ligado ao pecado, seríamos os mais desesperados entre as criaturas. A promessa da vitória do amor de Cristo encerra tudo na misericórdia do Pai.”

Também este Ano Santo Extraordinário é dom de graça, prosseguiu Francisco. “Entrar por aquela Porta significa descobrir a profundidade da misericórdia do Pai que a todos acolhe e vai pessoalmente ao encontro de cada um. É Ele que nos procura, que vem ao nosso encontro. Neste Ano, deveremos crescer na convicção da misericórdia.”

Para o Pontífice, é preciso antepor a misericórdia ao julgamento, se quisermos ser justos com Deus. “Ponhamos de lado qualquer forma de medo e temor, porque não corresponde a quem é amado; vivamos, antes, a alegria do encontro com a graça que tudo transforma”, exortou.

O Papa fez um paralelo com outra porta “escancarada” 50 anos atrás pelos Padres conciliares. O Concílio, afirmou, foi primariamente um encontro; um encontro entre a Igreja e os homens do nosso tempo.

“Trata-se, pois, de um impulso missionário que, depois destas décadas, retomamos com a mesma força e o mesmo entusiasmo. O Jubileu exorta-nos a esta abertura e obriga-nos a não transcurar o espírito que surgiu do Vaticano II, o do Samaritano, como recordou o Beato Paulo VI na conclusão do Concílio. Atravessar hoje a Porta Santa compromete-nos a adotar a misericórdia do bom samaritano.”

Após a comunhão, teve início o rito de abertura da Porta Santa, na entrada da Basílica de S. Pedro. O diácono convidou os fiéis para a inauguração do Jubileu Extraordinário da Misericórdia com estas palavras: “Abre-se diante de nós a Porta Santa. É o próprio Cristo que, através do mistério da Igreja, nos introduz no consolador mistério do amor de Deus.

O Pontífice fez uma oração e recitou a seguinte fórmula: “Esta é a porta do Senhor. Abri-me as portas da justiça. Por tua grande misericórdia entrarei em tua casa, Senhor”.

Em silêncio, o Santo Padre subiu os degraus, abriu a Porta Santa e se deteve em silêncio em sua entrada. Francisco entrou por primeiro na Basílica de São Pedro, logo em seguida, o Papa Emérito Bento XVI passou pela Porta, seguido pelos concelebrantes e por alguns representantes de religiosos e fiéis leigos, e se dirigiu ao Altar da Confissão – momento em que foi entoado o Hino do Ano Santo da Misericórdia. Ali, depois de uma oração, o Papa concedeu a todos a sua bênção apostólica.

Portas da misericórdia

No próximo domingo, 13, o Santo Padre abrirá a Porta da Misericórdia da Basílica de São João de Latrão, catedral da Diocese de Roma. No mesmo dia, serão abertas as portas da misericórdia nas catedrais de todo o mundo.

Na Arquidiocese de São Paulo, o cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, abrirá a Porta da Misericórdia da Catedral da Sé às 11h. Mais tarde, às 15h, serão abertas as portas da misericórdia em mais cinco igrejas de São Paulo. Saiba mais aqui.

Assista ao vídeo da abertura da Porta Santa