‘Together’: vigília de oração com jovens e peregrinos dá o tom da assembleia sinodal de outubro

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Papa Francisco convocou uma grande vigília de oração para 30 de setembro, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Publicado em: 13/09/2023 - 15:45
Créditos: Redação

Que o Sínodo não é um parlamento, o Papa Francisco já disse várias vezes. Ele procura argumentar, sempre que pode, que a sinodalidade é o “estilo da Igreja do terceiro milênio”, e que não se trata apenas de contrapor ideias e votar propostas, mas de ouvir uns aos outros, a si mesmos, e aos movimentos do Espírito Santo, em oração e à luz dos sinais dos tempos. Para dar o tom da primeira assembleia geral do atual Sínodo sobre a sinodalidade, que começou em 2021 e se conclui em 2024, ele convocou uma grande vigília de oração para 30 de setembro, na Praça de São Pedro, no Vaticano.

O evento do dia 30, realizado a pedido do Papa, serve para convocar todos os cristãos e uni-los em torno de um mesmo propósito: rezar pelo atual Sínodo da Igreja Católica. O título do encontro é “Together”, que em inglês significa “Juntos”. A vigília vem sendo organizada pela comunidade ecumênica de Taizé, monges provenientes de diferentes tradições cristãs, entre católicos e protestantes, e que vivem a vocação religiosa em unidade e sem distinções entre si.

Os irmãos de Taizé, fundados pelo Irmão Roger em 1940 no vilarejo francês de mesmo nome, são pouco mais de cem espalhados pelo mundo. Ficaram famosos por organizar grandes encontros continentais de jovens, com cantos, catequeses e orações, modelo que inspirou as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJs). De acordo com o Irmão Matthew de Taizé, responsável pela coordenação do encontro, trata-se de “preparar algo juntos para servir juntos a Igreja e a família humana”. Dezenas de milhares de pessoas são esperadas.

Em coletiva de imprensa que apresentou o evento, na sexta-feira, 8, a Irmã Nathalie Becquart, que é subsecretária do Sínodo, declarou que “o desafio deste Sínodo é aprender a caminhar melhor juntos, ouvindo o Espírito, para nos tornarmos uma Igreja mais sinodal, com o objetivo de proclamar o Evangelho no mundo de hoje”.

Portanto, a vigília de oração, que reunirá católicos e outros cristãos, provenientes de diversas confissões, enfatiza a “dimensão ecumênica” e a unidade da Igreja. “Unidos pelo mesmo batismo, lembraremos que a unidade dos cristãos ocupa um lugar especial na jornada sinodal”, disse ela. Confirmaram presença o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, da Igreja Ortodoxa, e o Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, da Igreja Anglicana.

Também virão a Roma o Patriarca Teodoro II, de Alexandria, representantes das igrejas orientais ortodoxas e outros líderes das igrejas protestantes históricas (luteranos, presbiterianos, metodistas...). Por fim, haverá, ainda, membros da Comunhão Evangélico-Petencostal, representando as novas igrejas protestantes.

De acordo com a Secretaria Geral do Sínodo, os objetivos da vigília são: “destacar a centralidade da oração no processo sinodal, que é um processo espiritual; destacar a articulação entre o caminho sinodal e o caminho ecumênico, que todos os documentos do caminho sinodal enfatizaram; recordar que a sinodalidade e o ecumenismo são dois caminhos a serem percorridos juntos”.

Após a vigília, e ainda antes do início da assembleia sinodal, os participantes da assembleia terão um retiro espiritual de três dias, reforçando o espírito de oração iniciado pela vigília.