'O Ano Santo se encerra, mas a misericórdia de Deus é para sempre'

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Em comunhão com toda a Igreja, atendendo a orientação do Papa Francisco, fecham-se as portas santas da misericórdia em todas as dioceses do mundo, no domingo (13)
Publicado em: 14/11/2016 - 15:15
Créditos: Renata Moraes e Larissa Freitas / Fotos Luciney Martins

A Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção e São Paulo, mais conhecida como Catedral da Sé, estava lotada na tarde do domingo (13), para a celebração da missa de encerramento do Ano Santo extraordinário da Misericórdia na Região Sé, e em toda a Arquidiocese de São Paulo.

Em comunhão com toda a Igreja, atendendo a orientação do Papa Francisco, fecham-se as portas  santas da misericórdia em todas as dioceses do mundo. No próximo domingo (20), será a conclusão do Ano Santo para a Igreja toda e o Papa fechará a porta da misericórdia na Basílica de São Pedro, em Roma.

A missa foi presidida por Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, e contou com a presença de Dom Eduardo Vieira, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar na Arquidiocese e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade, Dom Antonio Carlos Altieri, bispo emérito de Passo Fundo – RS, e do clero regional.

Além de participarem da missa, muitas pessoas ainda aproveitaram o momento  para receber as indulgências plenárias, além de passarem pela porta santa, fazerem todo o rito da peregrinação, os  fiéis  fizeram grande fila para receber o perdão de Deus através do sacramento da confissão.

Grande também era a concentração dos fiéis que passavam pela última vez pela porta Santa da misericórdia. Alguns emocionados faziam seu momento de fé e devoção. Como, por exemplo, Geraldo Bueno Sobrinho, 75, que ficou por bastante tempo fazendo sua oração pessoal diante da porta santa.

Em entrevista ao Portal Arquisp ele relatou: “O Ano Santo aumentou a minha fé, a minha caridade e aumentou o meu perdão ao próximo”.  Paroquiano da Igreja de Santa Cecília, da região Sé, ele  também observou que o Ano da Misericórdia ajudou a aproximar os jovens da igreja.

O casal de namorados Camila Ataíde, da Paróquia Nossa Senhora da Piedade, na Região Santana, e Juan Carlos, ambos com 23 anos, contaram a reportagem que foi um ano de muitas bençãos e misericórdia. Para Camila foi um momento de reavivamento da fé, para Juan, que estava afastado da igreja há mais de seis meses, estar nesta celebração foi um momento forte de reconciliação com Deus, que o motivou a voltar para a Igreja.

A Misericórdia de Deus é eterna

Na saudação inicial Cardeal Scherer falou aos fiéis sobre a importância de render graças a Deus pelo ano santo que se conclui, ressaltando que a misericórdia de Deus para todos, essa permanece para  sempre. “Nós queremos aqui, unidos, em ação de graças e em louvor a Deus porque a sua misericórdia, ela é eterna, não tem fim, mesmo quando a misericórdia se conclui, mas a misericórdia de Deus não tem limites e não se fecha a nós em nenhum momento”.

O arcebispo recordou que foi um tempo extraordinário de graça e de misericórdia para toda a Igreja. Mas também que as práticas das obras de misericórdia devem continuar. Alertando  que a Campanha da Caritas Arquidiocesana em favor das vítimas do terremoto no Haiti ainda permanece, e ajudar esses irmãos é um ato concreto do Ano Santo.

Durante a homilia, ao falar sobre a conclusão do jubileu da misericórdia, Dom Odilo recordou que o Ano Santo da Misericórdia deve ter ajudado ou ainda ajudará a nos colocarmos de forma correta diante de Deus, “reafirmamos  a nossa atitude religiosa diante da nossa fé, aprofundarmos na nossa fé diante de Deus do Deus da misericórdia”.

‘Jesus Cristo é a verdadeira porta da misericórdia’

O Cardeal também afirmou que as práticas das obras de misericórdia, que é centro da fé cristã devem continuar a serem praticadas, a caridade expressa nas boas obras. “Se não praticamos a misericórdia, onde está nossa fé?”.E concluiu exortando os fiéis para que não esqueçam “a verdadeira porta da misericórdia, simbolizada as nossas portas da misericórdia, a verdadeira porta da misericórdia, aquela indispensável é Jesus Cristo, por ele, entrando por ele, vamos ao Pai.  Jesus Cristo é a verdadeira porta da misericórdia que permanece aberta a vida inteira e devemos recorrer a ele sempre, de novo, para pedir perdão e misericórdia pelos méritos de sua santa encarnação e de sua santa paixão, morte e ressurreição”.

Ao final da celebração, como gesto de misericórdia Cardeal Scherer entregou três estolas roxas, recordando o sacramento da confissão, a três diáconos presentes do altar, representando  todos os diáconos que serão ordenados sacerdotes no próximo dia 3 de dezembro. O arcebispo  também chamou a atenção para a vivência do ano mariano que iniciou-se em todo o Brasil em 12 de outubro. O apelo do arcebispo foi para intensificar  a prática devocional mariana, a reza do terço e oração do Angelus todos os dias.