“Esta é uma celebração especial”, afirmou o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, no início da celebração de dedicação da igreja e do altar, na Paróquia Nossa Senhora das Graças, Jardim Elba, na periferia da zona leste de São Paulo. “Agora, ainda mais, será lugar de oração, de celebração e de acolher os dons” ao falar sobre a igreja matriz, depois de saudar os fieis e os concelebrastes. “Vamos acompanhar para acolher a mensagem desta celebração que é muito bonita”, disse ao convidar todos a prestar atenção à celebração de dedicação.

A celebração, rica em ritos, contou com aspersão do povo, das paredes do templo e do novo altar. Antes da liturgia da palavra, Dom Odilo levou o lecionário – livro das leituras – até o ambão, de onde são proclamadas as leituras.

“Somos família de Deus, família de irmãos, onde não se estabelece distinção de pessoas”, disse Dom Odilo durante a homilia, e completou dizendo que “somos uma profecia, um anúncio daquilo que de fato deveria ser a sociedade, onde, infelizmente, existem muitas distinções e discriminações, onde não está reinando a fraternidade”.

Dom Odilo pediu que a comunidade paroquial seja “uma comunidade que testemunhe no bairro a presença do amor misericordioso de Deus” e “não só quando estão reunidos no templo, mas quando estão dispersos nas atividades do dia a dia”.

Depois da homilia e da profissão de fé, toda a assembleia suplicou a intercessão dos santos e santas de Deus, cantando a ladainha. Sob os pés do novo altar foram depositadas relíquias de São José de Anchieta, Santa Felicidade, Beata Madre Assunta Marchetti, Santa Paulina e Frei Galvão.

O altar e as paredes do templo foram ungidos com o óleo da Crisma. Logo depois foi queimado incenso sobre o altar e incensado a assembléia e as paredes da nova igreja. O altar foi revestido e ornado com flores, logo o cardeal iluminou o altar, ascendendo às sete velas, enquanto os diáconos iluminavam as paredes do templo.

A matriz paroquial estava lotada, com a participação das outras sete comunidades que compõe a paróquia. A missa foi concelebrada pelo pároco, Pe. Francisco Reginaldo Miranda, Pe. Fausto Marinho, Pe. Mario Andrighetto e Pe. Pedro Augusto.

Depois da comunhão Eucarística, o novo sacrário foi incensado, “a Ele a gente queima o incenso como sinal de honra, louvor e adoração”, expressou o cardeal. E foram colocadas as âmbulas no tabernáculo. “Ele está esperando a visita de vocês”, lembrou dom Odilo ao motivarem os fiéis à adoração ao Santíssimo, “é um costume católico bonito de fazer a adoração à Eucaristia”.

“De fato foi um sonho que se tornou realidade”, comentou Pe.Francisco Reginaldo ao falar sobre a reforma e dedicação da matriz. “Nós vivemos uma realidade de periferia, uma realidade pobre, mas cada um fez como a viúva do Evangelho, e deu sua moeda”. Pe. Reginaldo agradeceu também a colaboração da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre que colaborou e impulsionou a reforma.

A reforma da matriz paroquial durou cerca de cinco meses, e durante esse período as missas eram celebradas no salão paroquial. “Foi uma expectativa, e, sobretudo uma alegria, porque uma comunidade na periferia conseguiu – a reforma e dedicação” manifestou pároco.

Para Shirley Verlotta, agente de pastoral e participante da comunidade há 32 anos, a celebração “foi muito emocionante”. Shirley acredita que o vigor pastoral vai crescer ainda mais, já que a comunidade “vê o esforço do Pe. Reginaldo e dos nossos pastores que vem nos auxiliar sempre”. “As pastorais estão renovadas”, relatou o pároco, que assim com Shirley, acredita que com a reforma as pastorais têm novo vigor. A paróquia irá realizar em agosto uma missão nas comunidades e já articula uma equipe para trabalhar com a evangelização da juventude.