A Palavra de Jesus tem poder. Não se trata do poder = força, que arbitrariamente decide e faz acontecer, sem critérios e sem compromissos com a justiça e o bem. O poder de Jesus emana do amor: por meio da sua Palavra ele compreende, acolhe, inclui e dignifica. A Palavra de Jesus tem autoridade. Diferentemente da autoridade outorgada por terceiros, dependente de acordos que selam interesses e conveniências comuns, a autoridade de Jesus transforma, liberta, salva. Ele não era um mago que saía por aí curando pessoas e expulsando demônios. Tais gestos significavam, na realidade, sinais do amor de Deus e de que a doença e o mal podiam – e podem –  ser vencidos.

O demônio aprisiona, constrange, oprime e mata. Aquele que possuía o homem que se encontrava na sinagoga, reconhecendo no Nazareno o Santo de Deus e, profundamente incomodado com isso, provoca-o e o questiona. Ora, o projeto do demônio nada tem a ver com o de Jesus. O Senhor não tem medo dele. Não há o que conversar; não há satisfações a dar; por isso manda-o embora. E pronto! Jesus não quer que ele se apresente e, muito menos, que continue naquele lugar...

O gesto de Jesus deixou todo mundo espantado. Já tinham se admirado com o seu ensinamento e agora se admiram com o seu poder e autoridade diante do demônio. Nunca tinham visto nada igual antes. Como ele conseguiu? Acontece que onde há amor e justiça não há lugar para o mal. A Palavra de Jesus é a Palavra de Deus: a única capaz de exorcizar demônios.

Nos dias de hoje e nos ambientes em que vivemos, assim como dentro de nós mesmos, há muitos demônios para expulsar. A Palavra ilumina o caminho, transmite força e convicção, não necessita de reforços de terceiros, é eficaz.

Como discípulos missionários de Jesus, também nós somos chamados a anunciar o Reino. Quem proclama e vive a Palavra de Deus se fortalece, vive em comunhão e se torna capaz de enfrentar corajosamente os desafios e as dificuldades.