Hoje o Salvador quer entrar na tua casa - Diácono Mario Braggio

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16/11/2015 - 13:15

Lc 19,1-10

A passagem de Jesus por Jericó causa o maior alvoroço. Todos querem conhecê-lo. Além dos que o cercam e o seguem como em procissão, as ruas ficam apinhadas de gente.

Zaqueu, chefe dos cobradores de impostos, deseja vê-lo. Por ser muito baixo, corre à frente e sobe numa figueira. Quando Jesus passa por ali, antes de ser visto, ele olha para cima, encara o baixinho e diz: “Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa.” Zaqueu obedece-lhe e o recebe com alegria.

Não foram poucos os que ficaram indignados com essa atitude de Jesus. Afinal, Zaqueu era um publicano, um cobrador de impostos – pessoas mal vistas e amaldiçoadas pelos seus compatriotas porque trabalhavam para os romanos. Considerados pecadores públicos, não tinham amigos e encontravam-se no mesmo nível das prostitutas...

O encontro com Jesus face a face transforma o coração daquele homem esperto e ardiloso, que acumulou uma fortuna com a parte que lhe coube dos impostos ilicita e inescrupulosamente arrecadados. Embora em pé, Zaqueu desmorona e confessa publicamente que dará metade dos seus bens aos pobres e devolverá quatro vezes mais de todo dinheiro que arrecadou. Jesus, então, lhe diz: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão”.

Zaqueu primeiramente quis ver Jesus. Depois, respondeu imediatamente ao seu chamado. Em seguida, recebeu-o em sua casa – no seu coração. Por fim, desligando-se do seu mundo cujo eixo era o dinheiro, viu os outros e dispôs-se a fazer por eles um generoso gesto de amor. Ao abrir mão de tudo viverá como pobre, mas ganhará amigos, respeito, consciência tranquila e paz. Quem diz que encontrou Jesus e continua a mesma pessoa, fazendo tudo do mesmo jeito, precisa perguntar-se: “será mesmo que encontrei Jesus?”.

O Senhor que também conhece a mim e a você; chama-nos pelo nome e deseja ficar na nossa casa. Ele tem pressa. Ama-nos tanto que quer logo a nossa salvação. Porém, ele não força a barra e nem nos obriga a nada...