Solenidade da Santíssima Trindade - Cônego Celso Pedro

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22/05/2016 - 00:15

OITAVO DOMINGO DO TEMPO COMUM
Pr 8,22-31; Sl 8; Rm 5,1-5; Jo 16,12-15

Quando as Escrituras nos dizem que fomos criados à imagem e semelhança de Deus e nos dizem que devemos ser perfeitos como o Pai celestial, nós nos perguntamos como traduzir isso tudo na prática. Um caminho nos é dado quando as próprias Escrituras nos dizem que devemos ser misericordiosos como o Pai é misericordioso. Esta afirmação nos encaminha para a qualidade das nossas relações. A teologia explicita este caminho explicando-nos que em Deus as relações são tão perfeitas que são as pessoas divinas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Podemos então pensar na imperfeição das nossas relações e trabalhá-las para que se tornem imagem e semelhança de Deus. Quanto melhores forem nossas relações humanas tanto mais parecidos seremos com o Deus que se revela a nós como Uno e Trino. O Livro do Gênesis nos conta que o pecado original provocou uma ruptura nas relações dos primeiros pais com Deus e entre Adão e Eva e a natureza criada. A carta aos efésios nos dirá depois que Jesus veio para matar em si mesmo a inimizade que levanta muros entre nós. A aproximação dos corações é a tarefa do profeta Elias cuja presença é anúncio da chegada do Messias e de seu Reino. Procuremos então a paz que é fruto da justiça e resultado da busca comum dos mesmos caminhos para o mesmo fim. Rever a qualidade das nossas relações, evitar rupturas, particularismos, grupos fechados, é tarefa constante de quem crê na Trindade. “Não posso pensar em um e único sem que me veja imediatamente envolvido pelo fulgor dos três; não posso distinguir os três, sem que me veja imediatamente voltado para o um e único” dizia São Gregório Nazianzeno, pregando sobre o batismo.