“O que se espera de uma comunicação pautada na ética é que seja comprometida com a verdade”, enfatiza dom Darci

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O encontro da Pastoral da Comunicação do Regional Sul 1 da CNBB, em Campos do Jordão/SP, começou na noite de sexta-feira (6), na Vila Dom Bosco.
Publicado em: 11/11/2015 - 14:00
Créditos: Redação, com Regional sul 1

A abertura oficial teve a presença do Bispo Referencial da Pastoral da Comunicação, dom Vilson Dias de Oliveira, DC; do seu antecessor, dom José Moreira de Melo; do presidente da Comissão pastoral Episcopal Pastoral para a Comunicação, dom Darci José Nicioli e do coordenador estadual, padre Marcos Vinicius Clementino.

O bispo referencial, dom Vilson, ressaltou a importância deste evento na formação e promoção dos agentes de pastoral da Comunicação.

O presidente da Comissão Pastoral para a Comunicação, dom Darci, fez uma breve reflexão introdutória sobre o tema de estudo para esses três dias do encontro. “Quero trazer para o centro da nossa atenção uma necessidade básica, fundamental, indispensável: a formação, a análise e a discussão a respeito da ética em geral, e em especial, a ética que toca nosso campo de atuação, a ética da comunicação”.

Destacou ainda, dois elementos importantes que precisam constar na educação ou reeducação para ética cristã: a conversão e o amor. A conversão é um dos elementos centrais da pregação de Jesus. É preciso uma experiência contínua deste aspecto para buscar a Cristo, Caminho, Verdade e Vida. O segundo elemento é o amor. Amor a Deus e ao próximo é o conteúdo da moral evangélica. “O comprometimento com o amor e a decidida imersão na conversão constante vai nos conduzir a uma postura, uma conduta, uma visão nova e, desse modo, nos fazendo mais habilitados para contribuir com o testemunho da ética no mundo que nos cerca”, salientou.

Dom Darci concluiu sua fala dizendo “O que se espera de uma comunicação pautada na ética é que seja comprometida com a verdade, transparente, livre, justa, autônoma, responsável, respeite a privacidade das pessoas e seja comprometida com a comunidade, minimize os danos e ajude a formar a consciência das pessoas”.

O bispo aproveitou ainda para desejar um excelente encontro e pediu “não deixem de rezar pelo trabalho que estamos realizando na Comissão para a Comunicação da CNBB e contamos com a participação de cada um em nossos projetos. Obrigado! ”, encerrou.

Após a noite de abertura do evento um coquetel foi servido aos participantes.

No segundo dia do evento, na manhã do sábado, após a missa presidida pelo Bispo de Itapeva, dom José Moreira de Melo, aconteceu a conferência, “Ética nas comunicações”, ministrada pelo jornalista Carlos Alberto Di Franco.

Dentre os temas abordados pelo jornalista durante sua conferência, destacaram-se: os Fatos versos percepções; como a Igreja católica é percebida; cenário Cultural da atualidade; Cenário líquido, sociedade descompromissada; transparência; forma de comunicar da Igreja.

Neste contexto, Carlos Di Franco, destacou a necessidade da profissionalização daqueles que trabalham com a comunicação da Igreja. Para o jornalista, a Igreja deve entender como funciona a lógica da imprensa, sobretudo da imprensa laica.

Ainda de acordo com Di Franco, dois pontos importantes devem ser considerados para se ter uma comunicação tecnicamente qualificada, sólida e com capacidade de influenciar: “O primeiro ponto é ser acessíveis. Muitas vezes a mídia laica se queixa, que quando necessita de alguma coisa da Igreja, a Igreja não responde, ou demora em responder. Então, boa parte da política de comunicação é disponibilidade, aproximar-se dos jornalistas, dar resposta aos que eles perguntam. O segundo ponto é procurar a imprensa laica para formar, treinar e investir nas pessoas”, reiterou.

O jornalista também avaliou positivamente a comunicação do Papa Francisco.  Segundo o assessor, a comunicação do Papa Francisco nos ajuda muito a melhorar a nossa própria comunicação. O Papa Francisco não mudou a doutrina, mas mudou profundamente a atitude e o dom de como se comunica a doutrina. Essa é a chave da comunicação dele e também uma lição muito interessante para comunicação pós-sinodal”.

Ao concluir sua exposição, expressou sua alegria em poder participar desse encontro. “Saio daqui muito contente e animado. Aprendi com vocês e desejo que continuem trabalhando com otimismo, fé e esperança, porque essas pequenas sementes que estão sendo plantadas vão dá muitos frutos”.  Ao final, Di Franco foi intensamente aplaudido.

À tarde o padre Antonio Xavier e Ricardo Alvarenga da Comissão nacional da CNBB apresentaram alguns pontos chaves do Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil.

Os palestrantes iniciaram suas exposições sobre o Diretório Nacional de Comunicação, documento 99, afirmado que no diretório a Igreja aponta a necessidade de uma avaliação crítica dos produtos midiáticos, que por inúmeras vezes podemos observar “sinais de degradação e de banalização dos valores humanos éticos, decorrentes da busca obsessiva pela audiência” (DIRETÓRIO DE COMUNICAÇÃO, 2014, N.141). “Por isso, a Igreja reforça o pedido de que se mantenha um diálogo com o mundo da mídia a fim de compreender e ajudar para que tais instrumentos sejam usados pelo engrandecimento da sociedade”.

A respeito de uma melhor compreensão da Pascom, eles ressaltaram que o diretório apresenta algumas características dessa pastoral. Assim fala o documento: colocar-se a serviço de todas as pastorais para dinamizar suas ações comunicativas; promover o diálogo e a comunhão das diversas pastorais; capacitar os agentes de todas as pastorais na área da comunicação, especialmente a catequese e a liturgia; favorecer o diálogo entre a Igreja e os meios de comunicação para dar maior visibilidade à sua ação evangelizadora; envolver os profissionais e pesquisadores da comunicação nas reflexões da Igreja para colaborar no aprofundamento e atualização dos processos comunicativos; desenvolver as áreas da comunicação, como a imprensa, a publicidade e as relações públicas, nos locais onde não existem profissionais especificamente designados.

O evento segue ao longo da manhã deste domingo, e conta com a participação de mais 100 participantes entre agentes da pastoral e profissionais de comunicação.