Papa Francisco envia carta aos refugiados iraquianos

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O secretário geral da Conferência Episcopal Italiana, D. Nunzio Galantino, iniciou ontem, 06, visita pastoral à Jordânia.
Publicado em: 07/08/2015 - 11:00
Créditos: Redação, com CNBB

A visita pastoral acontece por ocasião do Dia Internacional de Oração pelos Cristãos Perseguidos no Oriente Médio.

A viagem marca um ano da chegada dos refugiados ao país, em 8 de agosto de 2014, sendo um convite do patriarca de Jerusalém dom Fouwad Twal e do vigário patriarcal para a Jordânia, dom Maroun Lahhan.

Em carta enviada por meio do secretário geral, dom Galatino, o Papa Francisco recordou “que os perseguidos e oprimidos pela violência, foram obrigados a abandonar as suas casas e a sua terra”. O pontífice disse também que as pessoas perseguidas por causa da fidelidade ao Evangelho podem ser consideradas mártires.

“Várias vezes quis dar voz às atrozes, desumanas e inexplicáveis perseguições a quem em tantas partes do mundo, e sobretudo entre os cristãos, é vítima do fanatismo e da intolerância, muitas vezes sob os olhos e no silêncio de todos”, escreveu o papa.

Francisco deseja, ainda, que os cristãos possam “ser o sinal de uma Igreja que não esquece e não abandona os seus filhos exilados por causa da sua fé”.

Acolher os refugiados

Segundo dados divulgados, em junho deste ano, pela Agência da ONU para refugiados (Acnur), o número de refugiados atingiu 59,5 milhões em 2014. O crescimento registrado é o maior desde 2013, considerando que mais de 2,5 milhões de pessoas tiveram que deixar suas casas no Iraque em 2014, onde grande parte da população refugiou-se na região autônoma do Curdistão iraquiano. Cerca de 14 milhões de pessoas foram expulsas de suas casas no Iraque e na Síria.

Na carta aos refugiados iraquianos, presentes neste momento na Jordânia, o Papa Francisco faz votos de que a opinião pública mundial possa estar cada vez mais atenta, sensível e partícipe diante das perseguições realizadas contra os cristãos e, mais em geral, contra as minorias religiosas. “Renovo o desejo de que a Comunidade Internacional não permaneça em silêncio e inerte diante de tal inaceitável crime”, disse.

Ao final, agradeceu às comunidades que souberam acolher os irmãos refugiados. “Vocês anunciam a ressurreição de Cristo com a partilha da dor e com a ajuda solidária que prestam às centenas de milhares de refugiados; com o seu a inclinar-se sobre os seus sofrimentos, que correm o risco de sufocar suas esperanças; com o seu serviço de fraternidade, que ilumina também momentos tão escuros da existência. E a invocação que o Senhor recompense a todos, como somente Ele pode fazer, com a abundância de seus dons”, disse.