Os treze grupos linguísticos trabalharam em cima da terceira parte do Instrumentum laboris, dedicada ao tema “A missão da família hoje”. Os relatórios dos Círculos serão apresentados na tarde de terça-feira (20/10).
Entretanto, intervieram na coletiva de imprensa do início da semana, ao lado de Pe. Federico Lombardi, o Patriarca latino de Jerusalém, Fouad Twal, Dom Mark Benedict Coleridge, arcebispo de Brisbane (Austrália) e Dom Enrico Solmi, bispo de Parma (Itália).
Patriarca Twal: o Sínodo quer o bem da família
Para Dom Twal, “os padres sinodais provêm de contextos diferentes; os desafios são diferentes e é normal que não estejam de acordo com tudo, mas – ressalvou – existe um ponto comum":
“Todos queremos o bem das famílias: nestas duas semanas de trabalhos sinodais, não houve nenhum aspecto da família que não tenha sido abordado, sempre em busca do melhor para nossas famílias, entendidas como a família humana, a família religiosa e a família como Igreja total”.
Eucaristia aos divorciados recasados: não generalizar, mas estudar caso por caso
Em relação à questão dos divorciados recasados e de seu acesso ao sacramento da Eucaristia, o Patriarca afirma que “os aspectos sobre este ponto são muitos e ninguém está indiferente a esta situação. Este, porém, é um campo delicado e não se deve generalizar: melhor estudar caso por caso, usando misericórdia, mas sem esquecer a doutrina.
Diálogo genuíno com os casais “irregulares”
É necessário um diálogo genuíno com os casais irregulares, pois sua história deve ser ouvida. Dom Coleridge disse que “sem pretender fazer previsões em âmbito doutrinal, pode-se dizer que existem bases para mudanças no ensinamento da Igreja. Em nenhum Círculo foi explicitamente pedido que os recasados sejam readmitidos à comunhão; em alguns foi solicitado um gesto de misericórdia do Papa durante o Jubileu”.
Dom Solmi: Sínodo permite visão menos fechada sobre matrimônio e família
Dom Solmi, bispo de Parma, afirma que “sentiu o clima de universalidade da Igreja”: “Vir a Roma, encontrar o mundo, ter uma visão menos ocidental e menos fechada do matrimônio e da família, porque na Sala do Sínodo chegam todas as famílias do mundo com as suas especificidades, suas temáticas, seus problemas e às vezes também o conjunto de valores e atenções quase sempre esquecidos em nosso mundo ocidental”.
Não ao Sínodo “cosmético”. A família no centro da Igreja e da sociedade
Sobre os caminhos penitenciais propostos para os divorciados recasados, o bispo reitera a importância que a Igreja acompanhe as pessoas com dificuldades principalmente com o discernimento, conscientes que o perdão de Deus vai além da mediação da própria Igreja. Dom Solmi termina fazendo votos que o Sínodo seja realmente influente:
“Penso e espero que o Sínodo não seja um ‘cosmético’, mas que incida na vida da Igreja, colocando a família no lugar que lhe compete na Igreja. Espero que que isso possa se tornar um sinal forte para a nossa sociedade e os países que frequentemente se esquecem das famílias”.