Jesus Cristo volta à Terra

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20/12/2016 - 13:45

Imagine que na capa de um grande jornal, no próximo dia 25 de dezembro, aparecesse a seguinte manchete, com letras garrafais: JESUS CRISTO VOLTOU À TERRA!!!

“Informações procedentes de Belém, no Estado de Israel, garantem que o silêncio milenar da pequena cidade se transformou numa grande agitação. Jesus Cristo foi encontrado numa casa modesta. O mesmo Jesus que nasceu ali há 20 séculos. O Patriarca de Jerusalém garante oficialmente que não se trata de erro nem de engano. Grande multidão já se encontra diante da humilde casa, e peregrinos procedentes de toda a Palestina vão chegando continuamente dos arredores.”

Imediatamente, a notícia se espalharia de maneira vertiginosa. De todas as partes do mundo, seriam organizadas viagens por terra, por mar, pelos ares. Trens, navios e aviões seriam fretados. Haveria gente disposta a vender os próprios bens para empreender a viagem a Israel. As multidões se comprimiriam em Belém. A cidade ficaria literalmente tomada. Quilômetros de fila se estenderiam debaixo do sol e da chuva. Todo mundo quereria vê-lo: uns por curiosidade, outros para pedir-lhe graças e ajudas. Todos para se prostrar a seus pés e rezar. Multidões passariam dias e semanas aguardando a vez (cf. M. Rufino, n. 1.548).

Estamos às portas do Natal, em que comemoramos a chegada de Jesus a este mundo. Precisamos parar a nossa correria de final de ano e pensar que o acontecimento mais importante da história da humanidade é este fato surpreendente: Deus se fez homem. É Jesus Cristo, o Filho de Deus Pai, que se encarnou nas entranhas puríssimas da Virgem Maria.

O Natal nos traz um grande consolo: Deus não é um ser longínquo que mora em lugares inacessíveis. Deus não se esconde atrás das nuvens. Não é um padrasto mal-humorado e vingativo. Ele não parou de dar provas do seu amor por nós até que enviou o seu próprio Filho a este mundo, há 2 mil anos. Jesus viveu entre nós, ensinou-nos que Deus é um Pai que nos ama com loucura, que nos perdoa sempre, está continuamente disponível para escutar a nossa oração, sonha com a nossa felicidade, mostrou-nos o caminho que conduz à verdade e, sobretudo, desvendou-nos o mistério da vida após a morte.

Se é fácil imaginar tudo isso, o que pensar se sabemos que Jesus Cristo está já presente em tantos lugares da Terra? E todos nós, sem necessidade de gastos, de viagens cansativas, podemos aproximar-nos dele sempre que o desejarmos – porque Ele está presente no sacrário da igreja mais próxima – e ficarmos durante todo o tempo que quisermos para lhe contar todas as nossas coisas, expor as nossas dúvidas, pedir remédio para os nossos problemas e conseguir a ajuda de que mais necessitamos. Vamos aproximar-nos de Jesus com toda confiança e contar-lhe tudo o que precisamos para nós, para as nossas famílias, rezar pelas pessoas doentes, desamparadas, pelas famílias que passarão o Natal como refugiados fora de suas casas...

Por isso, vamos preparar o nosso encontro com Jesus neste Natal. Há uma série de costumes natalinos entranháveis, como construir um presépio com as crianças da nossa casa ou pelo menos dispor de um pequeno berço com uma imagem do Menino Jesus na sala. Também podemos convidar nossos familia - res para seguir a Novena de Natal, que neste ano está centrada na vivência do amor nos nossos lares. Em todo caso, a melhor maneira de viver o Natal é re-
ceber a Comunhão na Missa do Natal, procurando fazer antes uma boa Confis- são dos erros e pecados que nos inquie-
tam a consciência. Dessa maneira, Jesus, de fato, virá de novo a esta Terra, aos nossos corações.


Dom Carlos Lema Garcia
Bispo auxiliar da Arquidiocese e vigário episcopal para a Educação e a Universidade

Edição 3132  20 de dezembro de 2016 a 10 de janeiro de 2017