Arquidiocese, dia 25 de janeiro, foi lançado 10º Plano Arquidiocesano de Pastoral “Discípulos-missionários na cidade”. O título indica os enfoques principais do plano que deverão orientar nossa ação evangelizadora e pastoral nos próximos quatro anos. Como cristãos e católicos, estamos identificados com Jesus Cristo e sua Igreja: dele, e de sua Igreja, recebemos o envio, a constante inspiração e a motivação para sermos seus missionários e testemunhas na cidade de São Paulo. O plano de pastoral não substitui nem invalida a Bíblia, o Catecismo da Igreja, o Direito Canônico e as diretrizes já existentes em nossa Igreja; ele nos ajudará a traduzir melhor essas referências fundamentais na prática eclesial. Além disso, ele situa nossa ação pastoral arquidiocesana no contexto da missão universal da Igreja e no âmbito das realidades que nos rodeiam. Enfim, evidencia prioridades e ajuda a dar unidade à ação evangelizadora e pastoral da Arquidiocese.

Com nosso 10º Plano, queremos responder aos apelos de Deus, vindos através de diversas “vozes”: da cidade de São Paulo, com suas riquezas e misérias que nos desafiam, como discípulos de Cristo, a darmos nesta metrópole um testemunho renovado e vigoroso do Evangelho; das nossas comunidades eclesiais, muitas vezes cansadas e desmotivadas, precisando recobrar coragem e ardor no encontro com Cristo. Vozes da Igreja, na Conferência de Aparecida, pedindo para sermos discípulos de Cristo em permanente estado de missão; das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2008-2010), aprovadas pela CNBB; do Magistério, especialmente dos Documentos Pontifícios mais recentes; do Ano Paulino e do fato de termos, agora, o apóstolo São Paulo como nosso patrono. Na elaboração do novo Plano de Pastoral houve atenção especial à situação religiosa e eclesial de São Paulo; ao fato da freqüente desorientação e desmotivação de católicos, que deixam a Igreja, talvez porque nunca foram evangelizados, ou porque não têm um profundo senso de pertença à Igreja. Atenção especial ainda é reservada ao fato de sermos uma Igreja inteiramente urbana e isso deve marcar a forma de nossa presença eclesial e ação pastoral. Mas também se teve em conta o contexto sócio-econômico e cultural de São Paulo e da vida do seu povo, sobretudo dos muitos pobres, cuja dor não nos deve deixar indiferentes. Algumas questões de fundo marcam este plano e são preocupações que nos devem acompanhar constantemente na sua aplicação prática.

Antes de tudo, a fidelidade à missão integral que a Igreja recebeu de Jesus Cristo, sacerdote, profeta e pastor. É preciso estar sempre atentos para não descuidar de nenhum dos três grandes âmbitos da vida e da missão da Igreja: missão profética (Palavra, formação cristã), missão santificadora (Liturgia, oração, mística); missão pastoral (Caridade pastoral, em todos os sentidos). Questão de fundo importante também é a “conversão pastoral”, tão necessária para sermos uma Igreja verdadeiramente discípula e missionária de Jesus Cristo na cidade grande. Cada comunidade, grupo e pastoral deveria perguntar-se: o quê isso significa e que tipo de mudanças precisam acontecer com essa conversão pastoral? O 10º Plano dá uma atenção especial aos “sujeitos eclesiais”, talvez mais que aos programas e estratégias de ação; são as pessoas, as instituições e organizações da Igreja, como a própria Arquidiocese, as Regiões Episcopais e paróquias, com suas numerosas comunidades, grupos, pastorais, movimentos e organizações de vida eclesial e pastoral que precisam realizar a conversão pastoral e missionária, a partir de um encontro renovado e profundo com Cristo, para serem animados por um espírito novo e nova disposição; depois disso, também os projetos e programas pastorais serão novos.

Deus habita esta cidade e ama seu povo! Ele nos envia em missão na complexa realidade urbana de São Paulo, com seus grandes desafios e problemas, mas também com suas oportunidades extraordinárias para a ação evangelizadora. Este é o campo de nossa missão. Amemo-lo também nós! Vamos com alegria e esperança! Agora, para colocar em prática o novo plano, é preciso que ele chegue a toda a comunidade arquidiocesana: Às mãos dos padres, pastores e guias das comunidades; dos coordenadores e animadores de organizações pastorais, movimentos e grupos eclesiais. Seja estudado, refletido e posto em prática, com a bênção de Deus e a ajuda do Beato Anchieta, São Frei Galvão, Santa Paulina e do Beato Padre Mariano! Afinal, estamos empenhados na mesma missão que, um dia, foi deles nesta cidade, amada por eles e santificada pelo seu testemunho e dedicação pastoral! Nossa Senhora da Assunção e São Paulo, nosso patrono, intercedam por nós! 

S.Paulo 27.01.09
Publicado em O SÃO PAULO na edição de  27.01.09