Senhor, aumentai a nossa fé!

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16/10/2012 - 00:00

O papa Bento 16 já abriu o Ano da Fé para a Igreja no mundo inteiro no dia 11 de outubro; muitos bispos também fizeram o mesmo em suas dioceses. Na Arquidiocese de São Paulo, faremos a abertura solene no dia 4 de novembro, depois do encerramento da 13ª Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos.

Na ocasião, celebrarei às 11h, na Catedral da Sé e convido especialmente os membros das Associações de Fiéis, Movimentos e Novas Comunidades, presentes na Arquidiocese, a participarem dessa missa; cada bispo auxiliar também celebrará no mesmo dia numa das igrejas de suas respectivas regiões episcopais; e cada pároco fará o mesmo em sua paróquia. Faremos a solene renovação da profissão de Fé e será entregue a Carta Pastoral – Senhor, Aumentai a nossa Fé! – que escrevi para a Arquidiocese; ela contém reflexões sobre a nossa fé e sobre a necessidade de sua renovada transmissão, além de muitas indicações para a vivência proveitosa do Ano da Fé.

Durante este ano, antes de tudo, queremos agradecer a Deus pelo dom precioso da fé, a nós transmitida pelos que nos precederam na Igreja e em nossas comunidades e famílias; nunca agradeceremos bastante esta grande graça que recebemos! Na maior parte dos casos, foram os pais e familiares que nos introduziram na fé e na vida da Igreja; mas também foram catequistas, sacerdotes, religiosos ou amigos que nos conduziram ao encontro com Deus e nos abriram o caminho da fé. Da mesma forma, agradeçamos muito a Deus se tivemos a graça de “gerar para a fé” alguma pessoa; isso é uma grande graça! São Paulo alegrava-se muito pelos “filhos na fé”, que gerou pela pregação do Evangelho!

Mas o Ano da Fé é uma ocasião propícia para nos aproximarmos mais do “Mistério da Fé”, que é o próprio Deus vivo, revelado a nós por Jesus Cristo, e que nos chama à sua intimidade para nos comunicar a vida plena e a felicidade. Nós precisamos valorizar muito a nossa fé católica, conhecendo-a mais e melhor; infelizmente, por motivos que não cabe aqui expor, muitos irmãos batizados em nossa Igreja desconhecem quase tudo da nossa fé e da vida da Igreja; por isso mesmo, são fracos na fé e abandonam com facilidade a Igreja Católica e a própria fé. Nossa fé precisa ir além de um sentimento vago ou de opiniões subjetivas, para tornar-se esclarecida e bem fundamentada; isso é tanto mais necessário, se considerarmos os riscos e obstáculos à fé, que hoje aparecem de muitas partes.

Por isso, ao longo de todo o Ano da Fé deve acompanhar-nos o Catecismo da Igreja Católica, que é o livro da explicação que a Igreja mesma dá de sua fé, de sua moral, da oração e da celebração dos “mistérios da fé” na Liturgia. Neste ano, a Catequese precisa ser abundante para grupos de todas as idades; e é fundamental que os pais, que têm crianças pequenas, comecem a introduzir os filhos na fé e na relação pessoal com Deus e com a Igreja desde a mais tenra idade; os pais sintam verdadeira alegria em apresentar seus filhos a Deus, ensinando-lhes as primeiras orações e familiarizando-os com as expressões de religiosidade da Igreja. Se todos os pais católicos zelassem pela primeira educação religiosa dos filhos, boa parte da missão da Igreja já estaria cumprida!

O Ano da Fé veio como uma verdadeira bênção para a nossa Igreja e deve ajudar-nos a rever nossa fé, nossa relação pessoal com Deus e com a Igreja; ao mesmo tempo, deve ajudar-nos a promover novas iniciativas para uma transmissão mais eficaz da fé aos outros. Não deixemos passar este tempo de graça, que nos vem em boa hora!

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 16.10.2012