Acompanhemos Jesus em Sua Paixão, Morte e Ressurreição

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Exortou o Cardeal Scherer, na celebração do Domingo de Ramos, iniciada com a bênção dos Ramos no marco zero da capital paulista
Publicado em: 24/03/2024 - 14:00
Créditos: Redação

Com ramos nas mãos, na fria manhã do domingo, 24, no centro de São Paulo, centenas de fiéis se concentraram no marco zero da cidade, na Praça da Sé, para participar dos ritos iniciais da celebração do Domingo de Ramos da Paixão do Senhor, que marca o início da Semana Santa.

“Hoje aqui nos reunimos e iniciamos, com toda a Igreja, a celebração do mistério pascal de Nosso Senhor, Sua Morte e Ressurreição. Para consumá-lo, Cristo entrou em Jerusalém, sua cidade”, disse o Cardeal Scherer ao saudar os fiéis.

Na sequência, ainda na praça, o Arcebispo Metropolitano realizou a bênção dos ramos e houve a proclamação do Evangelho segundo Marcos (Mc 11,1-10).

Dom Odilo destacou que o Domingo de Ramos e toda a Semana Santa são parte da celebração da Páscoa do Senhor, e que ao longo destes dias “somos convidados a acompanhar Jesus nos passos de Sua Paixão, Morte e Ressurreição, como fizeram as multidões em Jerusalém que acolheram e aclamaram Nosso Senhor na sua entrada na cidade santa”.

O Arcebispo também lembrou que na celebração do Domingo de Ramos, todos os cristãos reconhecem no Cristo “aquele que Nosso Senhor enviou como o Salvador, como o Rei, que nós esperamos que possa reunir toda a humanidade, trazer paz, bem como a misericórdia e o perdão para todos”.

Antes de que se desse início à procissão com os ramos até o interior da Catedral, Dom Odilo recomendou aos fiéis que participem de todas as celebrações da Semana Santa e aos que ainda não buscaram pelo sacramento da Reconciliação que o façam nos próximos dias para que possam celebrar, renovados interiormente e com o coração purificado, a Páscoa do Senhor.

ELE CARREGOU O PECADO DE TODOS PARA NOS SALVAR

Na missa do Domingo de Ramos sempre ocorre a proclamação da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, este ano conforme o relato do evangelista Marcos (Mc 14,1-15,47), com detalhes sobre a traição a que Jesus sofreu, sua prisão, julgamento injusto, condenação como malfeitor, tortura e humilhações a que passou e sua dolorosa morte na cruz.

Dom Odilo, na homilia, ressaltou que diante do relato da Paixão de Cristo cabe sempre um momento de silêncio e de profunda tomada consciência sobre o porquê Ele passou por tamanho sofrimento e injustiça, resultados de uma trama de maldade, ódio, sede de sangue, ciúme, inveja e ira.

“Jesus se coloca no lugar de tantos que não têm direito à justiça, tantos que são simplesmente rejeitados”, observou o Cardeal, comentando que ainda hoje, de muitas maneiras, muitos são condenados publicamente antes mesmo que efetivamente se comprove se cometeram algum crime.

O Arcebispo destacou ainda que na segunda leitura da missa, extraída da carta de São Paulo aos Filipenses (cf. Fl 2,6-11), é lembrado que Cristo assumiu a condição humana sem deixar de ser o Filho de Deus, “colocou-se no lugar abaixo de todos para ir ao encontro de todos os humilhados, condenados”.

“O Servo de Deus se faz servo da humanidade, o servidor de todos, para carregar sobre si o pecado de todos para salvar-nos, libertar-nos e também nos dar a possibilidade de alcançar a misericórdia e o perdão”, detalhou. 

Dom Odilo exortou, ainda, que os fiéis ao longo desta Semana Santa entrem no mistério da misericórida e da compaixão de Deus, bem como reflitam sobre como a maldade e a iniquidade são capazes de produzir sofrimentos e humilhações; mas que a palavra final nunca será a da morte, da maldade e do ódio: “A última palavra é a esperança; é a ressurreição; é a vida; é a misericórdia”. E enfatizou: “Jesus entrega a sua vida para que todos possam ter esperança, encontrando no amor de Deus a redenção, pois tanto Deus amou o mundo que lhe entregou seu Filho único”.

COLETA NACIONAL DA SOLIDARIEDADE

Após a homilia, ocorreu a oração dos fiéis, que foi concluída com a oração da Campanha da Fraternidade, que neste ano tratou sobre o tema da amizade social. Na missas do Domingo de Ramos, em todas as igrejas do Brasil, acontece o gesto concreto da Campanha: a Coleta Nacional da Solidariedade.

“Ao longo desta Quaresma, refletimos sobre o tema ‘Fraternidade e Amizade Social’, para assim, a partir da nossa fé, construirmos uma sociedade não de guerra, de violência, de briga, de ódio, mas uma sociedade de fraternidade, de irmãos e amigos, na qual todos se respeitam. Nós nos respeitamos, nos queremos bem, porque todos somos pessoas humanas”, refletiu o Arcebispo.

Do total de recursos arrecadados na coleta, 60% permanece na diocese em que foi realizada, a fim de compor o Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS), e 40% é destinado ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), ambos com o objetivo de promover a erradicação das situações de vulnerabilidade, por meio do apoio a projetos voltados ao desenvolvimento local/comunitário, econômico e social.

‘SEJAMOS TESTEMUNHAS DO SENHOR DA VIDA’

Após a comunhão, em um breve momento de reflexão, o Cardeal Scherer voltou a lembrar que Cristo entregou a própria vida “para que tenhamos vida por meio Dele, em sua Paixão, Morte e Ressurreição”, de maneira que cabe a cada cristão testemunhá-lo cotidianamente, mantendo a fidelidade a Deus e não se corrompendo: “Não nos deixemos corromper. Sejamos testemunhas do Senhor da vida, do Senhor da verdade, mesmo que isto nos custe a cruz. Que Ele nos ajude a ser fiel, sem O renegarmos ao longo de nossa vida”.

Antes da bênção final, o Arcebispo voltou a pedir que as pessoas participem das celebrações da Semana Santa, e lembrou que esta deve ser vivenciada não como um momento qualquer de festividade, mas como “uma grande semana de retiro espiritual”.