Dom Odilo aos jovens: ‘Vocês estão em boa companhia, animados e fortalecidos pelo amigo divino, o Espírito Santo’

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Cardeal Odilo Pedro Scherer, Dom Carlos Lema Garcia, padres concelebrantes e jovens e adolescentes crismandos na missa da Solenidade de Pentecostes na Catedral da Sé, no domingo, 19
Publicado em: 22/05/2024 - 15:00
Créditos: Redação

Na tarde do domingo, 19, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu a missa da Solenidade de Pentecostes na Catedral da Sé. Como já é tradição na Arquidiocese de São Paulo, nessa celebração reúnem-se os adolescentes e jovens que se preparam nas paróquias e comunidades para receber o sacramento da Confirmação (Crisma).

No início da Eucaristia, Dom Odilo explicou que a celebração de Pentecostes com os crismandos tem o objetivo de proporcionar aos adolescentes e jovens a oportunidade de conhecerem a Catedral da Sé e terem um contato mais próximo com o Arcebispo, além de se entrosarem, conhecendo jovens de outras paróquias que estão na mesma caminhada para, assim, terem uma percepção mais ampla da Igreja.

Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar de São Paulo, Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade e Referencial para o Setor Juventude da Arquidiocese de São Paulo (Sejusp), acolheu os jovens na Catedral, ressaltando que, ao receberem a Confirmação, eles se tornarão aqueles que “jogam na linha de frente”, como afirmou o Papa Francisco, para anunciar o Evangelho, sendo apóstolos de outros jovens.

FORÇA DA IGREJA

Na homilia, Dom Odilo destacou que na Solenidade de Pentecostes a Igreja celebra o próprio “aniversário”, pois, com a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos, iniciou-se a missão da Igreja.

Perguntando aos jovens quem é o Espírito Santo, o Arcebispo recordou-os de que se trata da terceira pessoa da Santíssima Trindade, e lembrou algumas características atribuídas a Ele: “Companhia, consolo, hóspede da alma, doce alívio no sofrimento, amigo divino, descanso em Deus, luz que ilumina, orienta e guia no caminho certo”. E complementou: “Enfim, o Espírito Santo é o santificador, isto é, Aquele que nos torna santos”, completou.

O Cardeal sublinhou, ainda, que o Espírito Santo é a força que dá eficácia àquilo que a Igreja realiza por meio dos sacramentos e do anúncio da Palavra de Deus. “A Igreja é animada pela força do Espírito Santo. Ela não acaba, sempre recomeça a sua missão mediante a ação do Espírito Santo”.

CORAGEM!

“Coragem! Confiança! Vocês estão em boa companhia, animados e fortalecidos pelo amigo divino, o Espírito Santo”, exortou o Cardeal aos jovens, reforçando que essa era ocasião de invocar com fé e entusiasmo: “Vinde, Espírito Santo!”

Rafaela Jesus Santos, 13, é crismanda da Paróquia Santo André Apóstolo, na Região Belém. Para ela, participar da celebração na Catedral é ver o testemunho de fé da juventude. “A Igreja e o mundo precisam de jovens que amem e adorem o Cristo”, afirmou.

Pela primeira vez na Sé, Felipe Pires, 15, estava impressionado com a beleza e o tamanho do templo. Crismando da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Região Ipiranga, ele também ficou entusiasmado ao ver que há muitos jovens de diferentes partes da cidade que estão na mesma caminhada de preparação para a Crisma.

VOCAÇÕES

Após a comunhão, o Arcebispo realizou o rito para apagar o Círio Pascal, simbolizando a conclusão do Tempo Pascal. “O Círio Pascal lembra Jesus Cristo ressuscitado e presente no meio de nós. O Círio é apagado, e somos nós que agora devemos ser a luz, pois Cristo quer continuar a ser luz, a iluminar o mundo”, explicou.

Dom Odilo também convidou os fiéis a rezarem pelas vocações, motivando os jovens a refletirem sobre o chamado de Deus para suas vidas.

Também nesse sentido, o Coordenador do Serviço de Animação Vocacional da Arquidiocese, Padre João Henrique Novo do Prado, dirigiu-se aos crismados: “Quem sabe, aqui na Catedral, tenhamos jovens, meninos e meninas, que se sintam chamados para a vida religiosa, como leigos consagrados ou à vida familiar”, afirmou o Promotor Vocacional, que acrescentou aos meninos: “Se Deus te chama para o sacerdócio, não tenhas medo! Ele te chama para ser feliz”.

SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

ÁGUA

No Batismo, após a invocação do Espírito Santo, torna-se o sinal sacramental eficaz do novo nascimento. O Espírito é também pessoalmente a “água viva” que brota de Cristo crucificado como da sua fonte, e jorra em nós para a vida eterna.

UNÇÃO

Na iniciação cristã, é o sinal sacramental da Confirmação, símbolo da unção do próprio Cristo, o ungido pelo Espírito de Deus.

FOGO

Símbolo da energia transformadora dos atos do Espírito Santo. É sob a forma de línguas de fogo que o Espírito Santo repousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche de Si.

 NUVEM E LUZ

Símbolos inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo, que desce sobre a Virgem Maria e a cobre “com a sua sombra”, para que conceba e dê à luz Jesus. No monte da Transfiguração, é Ele que “sobrevém na nuvem que cobriu da sua sombra” Jesus, Moisés e Elias, Pedro, Tiago e João, nuvem da qual se fez ouvir uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o meu Eleito, escutai-O!”.

SELO

Indica o efeito indelével da unção do Espírito Santo nos sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Ordem.

MÃO

É pela imposição das mãos que Jesus cura os doentes e abençoa as crianças. O mesmo farão os Apóstolos, em seu nome. Ainda mais: é pela imposição das mãos dos Apóstolos que o Espírito Santo é dado. É também sinal da efusão do Espírito Santo na celebração dos sacramentos.

 DEDO

“É pelo dedo de Deus que Jesus expulsa os demônios” (46). Se a Lei de Deus foi escrita em tábuas de pedra “pelo dedo de Deus” (Ex 31,18), a “carta de Cristo”, entregue ao cuidado dos Apóstolos, “é escrita com o Espírito de Deus vivo: não em placas de pedra, mas em placas que são corações de carne” (2 Cor 3,3). O hino Veni Creator Spiritus invoca o Espírito Santo como “Dedo da mão direita do Pai”.

POMBA

Quando Cristo sobe das águas do seu Batismo, o Espírito Santo, sob a forma de uma pomba, desce e paira sobre Ele. O Espírito desce e repousa no coração purificado dos batizados e é tradicional na iconografia cristã.